O lago navegável mais alto do mundo
A 3.812 metros acima do nível do mar, o Titicaca abrange 8.372 km² entre Peru e Bolívia. Suas águas cristalinas refletem o céu andino e abrigam espécies únicas como a truta arco-íris e o carachi. A navegação a partir do porto de Puno leva você a ilhas habitadas por comunidades que preservam técnicas ancestrais de pesca e agricultura flutuante.

2. Ilhas flutuantes dos Uros
Cultura ancestral em ilhas feitas de totora
Os Uros constroem suas ilhas inteiramente com totora, uma planta aquática que cresce no lago. Cada ilha artificial requer manutenção constante, com camadas de totora fresca adicionadas a cada 15 dias. As 80 famílias que vivem aqui preservam tradições de mais de 500 anos, incluindo a construção de balsas, casas e até painéis solares integrados às estruturas flutuantes.
3. Ilhas Taquile e Amantaní
Comunidades têxteis e hospedagem familiar
Taquile se destaca por seus têxteis masculinos únicos — aqui, os homens tecem e as mulheres fiam. Os gorros revelam o estado civil: vermelho e branco para solteiros, totalmente vermelhos para casados. A subida de 30 minutos a partir do cais leva a terraços pré-incas com vistas panorâmicas do lago.
Amantaní oferece hospedagem em casas de famílias locais, onde você participa das atividades cotidianas. A caminhada noturna até o templo de Pachamama, no topo da ilha, proporciona uma experiência espiritual sob as estrelas do altiplano.
4. Chullpas de Sillustani
Túmulos pré-incas em um cenário mágico
Essas torres funerárias, de até 12 metros de altura, demonstram a maestria arquitetônica dos collas. Construídas entre os séculos XIII e XV, as chullpas têm base circular que se alarga para cima — uma técnica que as torna resistentes a terremotos. O sítio, localizado na península do lago Umayo, conserva 90 estruturas em uma paisagem de páramo habitada por vicunhas e flamingos.

5. Portal de Aramu Muru (Inca Uyo)
Sítio místico e cerimonial
Esculpido em rocha vulcânica vermelha, este portal de 7 metros de altura apresenta uma abertura retangular perfeita no centro. Localizado a 70 km de Puno, atrai pesquisadores e visitantes interessados em suas propriedades acústicas particulares. Os moradores locais contam lendas sobre portais dimensionais, enquanto arqueólogos estudam sua função cerimonial pré-incaica.
6. Plaza de Armas e Catedral de Puno
Centro colonial e religioso da cidade
A Catedral, construída entre 1684 e 1747, combina arquitetura barroca com elementos andinos. Sua fachada de pedra talhada inclui sereias tocando charango uma fusão cultural única do altiplano. No interior, o altar dourado abriga a imagem da Virgem da Candelária, padroeira de Puno. A praça conserva seu traçado colonial original, com portais de dois andares que hoje funcionam como galerias comerciais.

7. Museu Carlos Dreyer
Coleção arqueológica e colonial
Instalado em uma mansão republicana de 1874, exibe peças das culturas Pucará, Tiwanaku, Colla e Inca. A coleção inclui têxteis de 1.200 anos, cerâmicas cerimoniais e múmias naturalmente preservadas pelo clima seco do altiplano. A sala colonial apresenta prataria religiosa e documentos do vice-reinado que ilustram a evangelização da região.
8. Jirón Lima e Parque Manuel Pino
Coração comercial e social de Puno
O Jirón Lima concentra lojas, restaurantes e agências de turismo em edifícios republicanos restaurados. O Parque Manuel Pino funciona como ponto de encontro social, especialmente nas tardes em que as famílias aproveitam o clima ameno. Nos fins de semana, artistas locais realizam apresentações de música folclórica andina.
9. Miradouros: Kuntur Wasi, Puma Uta e Huajsapata
Vistas panorâmicas do lago e da cidade
Kuntur Wasi (4.135 m) oferece vistas de 360° do lago Titicaca e da cordilheira oriental. A subida de 45 minutos começa no bairro de Huaje.
Puma Uta apresenta formações rochosas naturais que lembram pumas animais sagrados na cosmologia andina.
Huajsapata inclui um parque recreativo com brinquedos infantis e é o miradouro mais acessível, a apenas 10 minutos a pé do centro.
10. Barco Yavarí
Emblemático barco histórico do Titicaca
Construído na Inglaterra em 1862 e transportado em peças até o Titicaca, o Yavarí navegou por 120 anos transportando passageiros e carga entre Puno e portos bolivianos. Restaurado como museu flutuante, conserva sua máquina a vapor original e camarotes de época. As visitas incluem demonstração do motor e relatos sobre a navegação no lago mais alto do mundo.
11. Feira artesanal do Porto de Puno
Artesanato, têxteis e gastronomia local
Localizada junto ao cais, reúne 200 barracas com produtos diretos de comunidades do altiplano. Você encontra têxteis de alpaca e vicunha, cerâmicas de Pucará, instrumentos musicais tradicionais e joias de prata feitas com técnicas coloniais. As barracas gastronômicas oferecem truta do Titicaca, quinoa em diversas preparações e sobremesas de cañihua.

12. Chucuito e Pucará
Templos, cerâmica e legado arqueológico
Chucuito (18 km de Puno) conserva igrejas coloniais de Santo Domingo e La Asunción com retábulos barrocos intactos. O templo da fertilidade Inca Uyo exibe esculturas fálicas de pedra em um contexto cerimonial pré-hispânico.
Pucará (61 km) é o berço da cerâmica policromada andina. Seu museu arqueológico exibe as famosas estelas de pedra com figuras antropomórficas. As oficinas familiares mantêm técnicas com mais de 2.000 anos.
Como organizar seus passeios
Excursões populares
Lago Titicaca + Uros + Taquile/Amantaní Tour de dia inteiro (8h – 17h): inclui navegação, visita às ilhas flutuantes, almoço em Taquile e tempo livre para compras. Custo aproximado: S/35–50 por pessoa mais alimentação. Para Amantaní, considere hospedagem em casas familiares (S/30–40 por noite com jantar e café da manhã).
Meio dia em Sillustani Excursão de 3 horas (14h – 17h): ideal para combinar com atividades pela manhã em Puno. Inclui transporte e guia. Custo: S/25–35. A luz da tarde realça a cor avermelhada das chullpas.
Aventura mística em Aramu Muru Tour especializado de dia inteiro em 4×4. Combina o portal com águas termais de Pojpoquella e almoço campestre. Custo: S/80–120 por pessoa. Recomendado reservar com operadoras especializadas em turismo místico.
Recomendações por tempo de visita
1 dia: Plaza de Armas, Catedral, Jirón Lima, Museu Dreyer e miradouro Huajsapata. Termine com jantar em restaurante de truta do Titicaca.
2–3 dias:
- Dia 1: Uros e Taquile com retorno à tarde
- Dia 2: Sillustani à tarde, manhã livre para Museu Dreyer e compras
- Dia 3: Aramu Muru ou Amantaní com hospedagem rural
Fevereiro: A Festa da Candelária (2–15 de fevereiro) transforma Puno no epicentro do folclore peruano. Mais de 200 grupos de dança competem no concurso oficial. Reserve hospedagem com 3 meses de antecedência.
Dicas úteis
Clima: Temperatura média de 8–15°C. Noites frias o ano todo (até -5°C no inverno). Itens essenciais: casaco impermeável, gorro de lã, protetor solar FPS 50+.
Altitude: Puno está a 3.827 m. Chegue um dia antes para se aclimatar. Tome chá de coca, evite álcool nas primeiras 24 horas e mantenha-se hidratado. Consulte seu médico se tiver problemas cardíacos.
Reservas: Alta temporada (maio–setembro) exige reservar passeios com 1 semana de antecedência. Para hospedagem nas ilhas, confirme 2–3 dias antes. Agências recomendadas se concentram no Jirón Lima, quadras 3–5.
Transporte: Terminal rodoviário a 2 km do centro. Táxis até o centro: S/5–8. Para o aeroporto de Juliaca (45 km): ônibus a cada hora S/8, táxis S/40–60.
Dinheiro: Caixas eletrônicos na Plaza de Armas e no Jirón Lima. Comunidades insulares preferem dinheiro em espécie. Casas de câmbio no Jirón Tacna fazem troca de dólares.