Visitar o Museu Santuários Andinos em Arequipa é como abrir uma janela para os mistérios e maravilhas da cultura inca. Se você já se perguntou como era a vida, a fé e os rituais dos antigos habitantes dos Andes, este museu oferece respostas tão vívidas que é impossível não sair com a pele arrepiada. O maior tesouro do lugar, a múmia Juanita ou “a donzela dos gelos”, cativou tanto viajantes curiosos quanto especialistas em arqueologia. E, francamente, parece um daqueles lugares que você não pode deixar de fora da sua lista se quiser entender a alma do sul peruano.
Neste artigo, conto em detalhes o que torna o Museu Santuários Andinos tão especial, como chegar (sem complicações), o que você verá em suas salas e por que a história de Juanita continua a estremecer tanto locais quanto visitantes. Além disso, incluo dados práticos sobre preços, horários e algumas experiências pessoais que vivi ou ouvi em minhas visitas. Se você busca um guia completo, próximo e honesto, fique comigo até o final.
Descrição do museu e sua importância arqueológica
O Museu Santuários Andinos foi inaugurado em 1996 pela Universidade Católica de Santa Maria com o objetivo principal de proteger, investigar e exibir os achados arqueológicos realizados nos nevados da região sul-andina do Peru. O que mais me chama a atenção é que aqui se resguarda uma das descobertas mais impactantes da arqueologia sul-americana: a múmia Juanita.
Além do “efeito Juanita”, o museu abriga uma coleção fascinante de objetos têxteis, cerâmicas e peças rituais incas encontradas perto de vulcões como Ampato, Misti e Pichu Pichu. Cada peça conta uma pequena parte do passado pré-hispânico e mostra a complexa relação que os incas tinham com a natureza e o sagrado. Na minha opinião, este museu é fundamental para entender como as montanhas eram consideradas deuses vivos e cenários de oferendas transcendentes.
Localização no centro histórico de Arequipa
O museu está situado bem no meio do centro histórico de Arequipa, a apenas duas quadras da praça principal. Seu endereço exato é Rua La Merced 110, uma área que combina o burburinho típico da cidade branca com aquele ar solene de estar cercado por igrejas coloniais e casarões centenários.
Pessoalmente, gosto muito de caminhar por essa parte do centro porque tudo está perto: cafés charmosos, livrarias, lojas de artesanato e, claro, outros museus como o da Catedral. A localização facilita muito o acesso tanto para turistas quanto para locais que desejam redescobrir sua história.
Como chegar ao Museu Santuários Andinos
Chegar ao museu é simples e você não precisa ser um expert em orientação urbana. Se você partir da Praça de Armas, basta caminhar para o oeste pela Rua La Merced; em menos de cinco minutos você estará na porta do museu. Se vier de outras áreas de Arequipa, pode pegar qualquer ônibus ou táxi que passe pelo centro histórico.
- Do aeroporto Rodríguez Ballón: táxi direto (aprox. 25 minutos)
- Da rodoviária: táxi ou ônibus urbano até o centro (20-30 minutos)
- A pé da Praça de Armas: 2 quadras (menos de 5 minutos)
Notei que muitas agências de turismo oferecem paradas programadas aqui dentro de seus city tours. É uma boa opção se você prefere conforto e uma explicação guiada desde o primeiro momento.
Mapa de localização

O museu está a apenas duas quadras a oeste da Praça de Armas, na Rua La Merced 110. Localização estratégica no centro histórico.
Ponto de referência | Distância ao museu |
---|---|
Praça de Armas | 2 quadras (5 min a pé) |
Catedral de Arequipa | 3 quadras (7 min a pé) |
Monastério Santa Catalina | 5 quadras (12 min a pé) |
Salas de exposição e coleções
Cada sala do Museu Santuários Andinos é cuidadosamente projetada para transportar o visitante a diferentes épocas e ambientes do mundo andino. O interessante é como conseguem combinar objetos originais com recursos audiovisuais para contar histórias envolventes sem sobrecarregar com informações técnicas.
- Sala introdutória: Explica o contexto geográfico e histórico dos achados.
- Sala Capacocha: Detalha o ritual inca e apresenta objetos cerimoniais originais.
- Sala têxtil: Mostra mantos e vestimentas cuidadosamente preservados.
- Sala Juanita: Aqui é exibida a múmia em uma urna refrigerada, acompanhada de vídeos e explicações sobre sua descoberta.
- Sala temporária: Espaço para exposições rotativas sobre outros temas arqueológicos regionais.
Na minha experiência, o que mais surpreende são os detalhes: as miniaturas rituais, as oferendas finamente elaboradas e os relatos sobre como as múmias foram encontradas em expedições lideradas por Johan Reinhard e sua equipe.
A múmia Juanita: a donzela dos gelos
Não há uma forma elegante de dizer isso: ver Juanita diante de você é algo que impressiona profundamente. Ela foi descoberta em 1995 após o derretimento parcial do nevado Ampato por uma expedição dirigida pelo arqueólogo americano Johan Reinhard junto com Miguel Zárate, guia arequipeño. A múmia estava tão bem conservada graças ao frio extremo que ainda se podiam perceber detalhes como tranças, unhas e vestimenta ritual.
Segundo entendi, Juanita tinha entre 12 e 14 anos no momento de seu sacrifício. As análises científicas confirmaram que ela morreu durante um ritual religioso chamado Capacocha — na verdade, seus restos não mostram sinais de violência, exceto por um forte golpe no crânio, típico do rito incaico —. A verdade é que estar diante dela gera uma mistura de assombro e respeito pelas crenças ancestrais.
Ritual da Capacocha e sacrifícios incas
O ritual Capacocha era um dos sacrifícios mais solenes do Império Inca. Era realizado em momentos-chave como secas, erupções ou mortes importantes, levando crianças selecionadas de Cuzco até as cúpulas nevadas para oferecê-las às montanhas divinas (apus).
- Eram escolhidas por sua pureza física e espiritual.
- Viajaram centenas de quilômetros acompanhadas por sacerdotes e familiares.
- Portavam oferendas como têxteis finos, figurinas de ouro ou prata e alimentos especiais.
- A morte era considerada uma honra suprema e garantia de bênçãos para seu povo.
- Os corpos eram depositados junto a vasos cerimoniais e miniaturas antropomórficas ou zoomórficas.
Fico emocionado ao pensar que, séculos depois, continuamos descobrindo detalhes sobre esses rituais graças a estudos multidisciplinares: desde análises forenses até investigações genéticas revelam aspectos insuspeitados sobre dieta, saúde e identidade étnica das vítimas. Falando sobre isso, ouvi depoimentos de descendentes locais que sentem orgulho e um pouco de temor por essas descobertas tão próximas de suas raízes.
Preços de entrada e descontos
Categoria | Preço aproximado (soles) |
---|---|
Adulto nacional | 20 |
Estudante universitário nacional | 10 |
Adulto estrangeiro | 25 |
Estudantes estrangeiros | 12 |
Escolares peruanos (com credencial) | 5 |
Vale destacar que existem descontos para grupos escolares organizados e promoções especiais durante certos meses. Na minha experiência pessoal — e isso eu recomendo — sempre leve seu documento que comprove sua condição (DNI ou carteirinha universitária), pois costumam ser muito rigorosos com isso na bilheteira.
Horários de atendimento e dias de abertura
O museu abre suas portas ao público geralmente de segunda a sábado, entre 9h e 18h, embora possa fechar mais cedo em baixa temporada ou por manutenção especial. Aos domingos, permanece fechado, salvo datas excepcionais (como feiras culturais ou aniversários regionais).
- Segunda a sábado: 9h – 18h (última entrada recomendada: 17h30)
- Fechado aos domingos e feriados principais
- Fechamento eventual por conservação preventiva (recomenda-se consultar antes se você viaja de longe)
Você pode consultar horários atualizados ligando diretamente para o museu ou visitando seu site oficial antes de planejar sua visita. Acho essencial fazer isso se você tem pouco tempo em Arequipa ou viaja em grupo grande.
Galeria fotográfica do museu


Perguntas frequentes sobre o Museu Santuários Andinos
- É permitido tirar fotografias dentro do museu?
Por políticas internas, não é permitido fotografar nem gravar dentro das salas principais para proteger as peças originais; apenas podem ser tiradas fotos em certas áreas sinalizadas. - Há visitas guiadas?
Sim. As visitas guiadas estão incluídas no preço do ingresso e são altamente recomendáveis porque enriquecem muito a experiência. - Posso comprar lembranças?
O museu tem uma pequena loja onde você pode adquirir livros especializados, réplicas artesanais e postais temáticos. - O acesso está adaptado para pessoas com deficiência?
Existem rampas básicas e assistência para pessoas com mobilidade reduzida, embora algumas áreas possam ser estreitas devido à arquitetura colonial original. - Quanto dura uma visita média?
Entre 1 hora e meia a 2 horas se você deseja percorrer todas as salas com calma.
Não exagero ao dizer que sair do Museu Santuários Andinos deixa uma marca: você sai pensando diferente sobre os Andes e seus segredos. Se você tiver tempo livre em Arequipa, se anime para descobrir; provavelmente terminará recomendando tanto quanto eu faço agora. E se você já o conheceu alguma vez, o que mais te impactou? Deixe saber nas suas redes ou compartilhe sua experiência com quem está planejando sua viagem. Nos vemos entre vitrines cheias de história viva.