Se você está planejando uma viagem a Cusco, provavelmente está se perguntando quais são os lugares que não pode deixar de visitar. Um desses destinos é Chinchero, um pequeno e pitoresco povoado cheio de história, cultura e tradições que o levará aos tempos dos incas. Conhecido por sua beleza paisagística e sua rica herança, Chinchero é famoso tanto por seus centros arqueológicos quanto por seu mercado tradicional, onde as cores e os tecidos andinos criam um visual deslumbrante.
Na Machu Picchu Wayna, contamos tudo o que você precisa saber para aproveitar ao máximo Chinchero: desde sua história e pontos turísticos até como chegar e o que ver.
O que é Chinchero?
É um encantador povoado andino situado no Vale Sagrado dos Incas, a apenas 28 quilômetros de Cusco. Este lugar, que combina paisagens montanhosas com uma arquitetura colonial e vestígios incas, é uma parada interessante para os viajantes que desejam explorar a história e a cultura peruana. Chinchero é conhecido por seu mercado tradicional, suas ruínas arqueológicas e sua vibrante tradição têxtil, que tem sido preservada e transmitida de geração em geração. O povoado também é famoso por seus andenes ou terraços agrícolas, que os incas utilizavam para o cultivo.
O que significa Chinchero?
O nome Chinchero vem do quéchua. Acredita-se que esteja relacionado à palavra “Chinchay” ou “Chinchayco”, que significa “puma” em quéchua, um animal sagrado e simbólico na cosmovisão andina. Esse nome pode fazer referência à presença desse majestoso felino na região ou à conexão espiritual com a força e o poder que ele representa na cultura inca.
Outro significado associado é que Chinchero pode derivar de “chinkay” (que significa “morte” ou “enterrar”), sugerindo uma relação com antigos rituais ou eventos históricos vinculados ao local, embora essa interpretação seja menos comum. No entanto, a primeira versão, relacionada ao puma, é a mais amplamente aceita.
Diferença entre Chinchero e Chincheros
A diferença entre Chinchero e Chincheros está no uso correto do nome. Chinchero é o nome oficial do povoado, conhecido por seu legado inca, seu mercado tradicional e seu centro arqueológico. O termo Chinchero vem da palavra quéchua “Chinchay”, relacionada ao puma, um animal importante na cosmovisão andina. Por outro lado, Chincheros é uma variação incorreta ou erro tipográfico do nome e não deve ser usado para se referir ao local, já que a forma correta é Chinchero.
História de Chinchero
Época Pré-Inca
Antes da chegada dos incas, Chinchero já era habitado por diversas culturas andinas que utilizavam a terra fértil da região para a agricultura. Os vestígios arqueológicos mostram que esse lugar foi um centro de atividade humana desde tempos antigos, devido à sua posição estratégica no Vale Sagrado e sua conexão com outras comunidades.
Época Inca
Chinchero foi uma localidade estratégica na época inca, tanto por sua localização quanto por sua riqueza agrícola. Segundo a tradição histórica, foi um local de descanso real estabelecido pelo Inca Túpac Yupanqui no século XV. Esse soberano construiu terraços agrícolas, aquedutos e um palácio real em Chinchero, evidenciando a importância do lugar dentro do império.
O nome “Chinchero” vem do quéchua “Chinchay” ou “Chinchaysuyo”, que faz referência à região noroeste do Tahuantinsuyo e também se associa ao puma, um felino sagrado na cosmovisão andina.
Época Colonial
Com a invasão espanhola no século XVI, Chinchero sofreu importantes transformações. Em 1572, o vice-rei Toledo promoveu a redução de indígenas, reorganizando as populações para facilitar o controle colonial. Nesse processo, os antigos templos incas foram destruídos ou reutilizados como base para edifícios católicos.
A atual Igreja de Nossa Senhora de Monserrat, construída em 1607, foi erguida sobre os restos do palácio de Túpac Yupanqui. Essa igreja, declarada Patrimônio Cultural, é um exemplo do sincretismo entre as culturas andina e espanhola, pois em seu interior abriga afrescos e decorações que misturam motivos religiosos europeus com elementos autóctones.
Chinchero na atualidade
Hoje, Chinchero é um destino turístico que atrai visitantes de diversos lugares. O mercado de artesanato e tecidos é famoso por sua qualidade e autenticidade, e o sítio arqueológico permite conhecer mais sobre a vida e as crenças dos incas. Apesar da sua popularidade turística, Chinchero conseguiu preservar sua essência tradicional, e seus habitantes mantêm vivas muitas das suas costumes ancestrais.
Tradição têxtil e cultura viva
Apesar da colonização espanhola, os habitantes de Chinchero preservaram suas tradições. Até hoje, o povoado é famoso por sua arte têxtil, uma herança ancestral que continua viva. Os tecidos de Chinchero são feitos com lã de alpaca e ovelha, tingidos com pigmentos naturais como cochonilha, anil e chilca.
O mercado dominical de Chinchero, que data da época pré-hispânica, continua sendo um importante centro de intercâmbio comercial e cultural. Aqui, os moradores praticam o escambo (troca de bens) e vendem seus tecidos e artesanatos, mantendo viva a essência do passado.
Onde está Chinchero?
Chinchero está localizado no Vale Sagrado dos Incas, na região de Cusco, aproximadamente 30 quilômetros da cidade de Cusco, a uma altitude de 3.762 metros acima do nível do mar.
Este pitoresco povoado está situado sobre uma colina, o que proporciona uma vista incrível dos arredores, incluindo o Vale Sagrado e as montanhas próximas. Chinchero pertence ao distrito de Chinchero, dentro da província de Urubamba, e é uma parada importante para os turistas que viajam ao Vale Sagrado a caminho de Machu Picchu.
Como chegar a Chinchero saindo de Cusco?
Chegar a Chinchero partindo de Cusco é fácil e pode ser feito de diferentes formas, dependendo do seu orçamento e preferências.
- Transporte público: Vans e ônibus saem da rua Pavitos ou da avenida Grau em Cusco e levam aproximadamente uma hora para chegar a Chinchero.
- Táxi: Um táxi particular leva cerca de 40 minutos para chegar a Chinchero. Essa opção é mais rápida e confortável, mas custa mais do que o ônibus.
- Tour guiado: Muitas agências de turismo oferecem passeios para Chinchero combinados com outras atrações, como Moray e as Salineras de Maras.
Prós e contras de viajar de ônibus
Prós: É a opção mais económica, os autocarros são frequentes durante o dia, o que permite uma experiência autêntica, viajando com locais.
Contras: Pode ser incômodo se houver muita gente ou se tiver bagagem, os horários não são fixos, principalmente à tarde e não vão direto ao sítio arqueológico; Você terá que caminhar ou utilizar outro meio local.
Lugares de interesse em Chinchero
Centro arqueológico de Chinchero
Este sítio inca se caracteriza por seus terraços agrícolas construídos para cultivar produtos como milho, batatas e outras culturas típicas da região. Os terraços estão dispostos nas encostas das montanhas e são mantidos graças a um engenhoso sistema de canais de irrigação que ainda funciona.
Além disso, no local é possível ver restos de moradias incas e templos que foram utilizados para cerimônias religiosas. O sítio também abriga uma praça principal, onde os incas realizavam atividades sociais e cerimoniais. Do centro arqueológico, tem-se uma vista panorâmica impressionante do Vale Sagrado.
Mercado de Chinchero
É um dos mais autênticos de Chinchero e um excelente lugar para experimentar a vida cotidiana dos povos andinos. Neste mercado, os artesãos locais vendem artesanatos feitos à mão, especialmente têxteis elaborados com técnicas tradicionais que foram passadas de geração em geração. As cores e designs desses tecidos têm significados específicos, muitos dos quais se baseiam na cosmovisão andina.
No mercado também é possível encontrar produtos agrícolas locais como batatas, milho e hortaliças, e às vezes pode-se observar o escambo (troca de produtos sem dinheiro), um costume ainda vivo na região. O mercado é um excelente lugar para comprar souvenirs únicos e apoiar a economia local.
O que ver em Chinchero?
Em Chinchero, você encontrará uma rica mistura de história, cultura e natureza. A seguir, contamos com mais detalhes sobre as principais atrações turísticas deste encantador povoado:
Praça Principal
A praça principal de Chinchero é o coração do povoado e um lugar ideal para começar sua visita. Nela, encontram-se vários elementos históricos e culturais, como os arcos e nichos que eram utilizados pelos incas.
Os arcos da Praça Principal
Os arcos da praça são um vestígio da arquitetura colonial e formam um conjunto harmônico com as estruturas incas. Esses arcos, de design simples mas imponente, refletem a influência espanhola no povoado.
As 12 hornacinas ou nichos
Na praça também há 12 nichos, que eram utilizados para colocar figuras e objetos cerimoniais. Esses nichos representam o sincretismo cultural entre as tradições andinas e a religião católica introduzida durante a colonização.
Templo de Nossa Senhora de Monserrat
A Igreja de Nossa Senhora de Monserrat está localizada sobre as ruínas de um palácio inca e é um claro exemplo da fusão das culturas inca e espanhola. Construída no século XVI, esta igreja apresenta uma arquitetura colonial com uma fachada chamativa, mas o mais notável está no seu interior.
A igreja abriga afrescos e pinturas coloniais que incorporam elementos da iconografia andina, refletindo a mistura de crenças e tradições entre os povos indígenas e os colonizadores. A igreja está no coração de Chinchero e é um importante símbolo da história do local.
As kallankas
São grandes edificações que serviam como alojamentos e espaços de reunião na época inca. Em Chinchero, essas estruturas foram preservadas e representam uma parte importante do sítio arqueológico.
Wakas Pumaqaqa e Teteqaqa
As wakas ou sítios sagrados, como Pumaqaqa e Teteqaqa, são locais de culto na cultura andina. Esses espaços eram utilizados para oferendas e rituais em homenagem à Pachamama (mãe terra) e outros elementos sagrados da cosmovisão inca.
Andenes ou terraços de cultivo
Os terraços de cultivo são um exemplo da habilidade dos incas para adaptar a agricultura a terrenos montanhosos. Esses andenes permitiam cultivar em diferentes altitudes e otimizar o uso da água, sendo um sistema avançado de agricultura.
Centro de têxteis de Chinchero
O Centro de Têxteis de Chinchero é uma parada obrigatória para quem deseja aprender mais sobre as técnicas tradicionais de tecelagem andina. Aqui, os visitantes podem ver o processo completo de fabricação de tecidos de lã de alpaca e ovelha, desde a fiação até a tintura com produtos naturais como plantas, insetos e minerais. As artesãs locais mostram as técnicas ancestrais, que incluem o uso de tear de cintura para criar peças como mantas, ponchos e xales. O centro também oferece a oportunidade de comprar alguns desses produtos diretamente dos artesãos, garantindo que você está adquirindo peças autênticas e feitas à mão.
